“Ultimamente tenho me visto como a ‘Maria vai com as outras’, sem opinião própria. Talvez pior, sem sentimento próprio.
Escreveu Flávia para sua amiga que morava em outra cidade.
“Eu sei como é isso, já tive de conviver com isso. Você realmente gosta de suas amigas. Tem medo de perder a amizade delas? Se você não tiver, considere que, é melhor ficar sozinha do que em más companhias. Use calças coladas, tênis. Pinte seu cabelo!
Respondeu a amiga para Flávia.
Eu sei. –Falou ela lendo a carta. _Eu sei.
No mesmo instante procurou no banheiro um tubinho do qual ela não sabia o porquê de estar procurando.
_Achei. –Falou ela, olhando fixamente para aquele tubo. _A tinta. –Revelou ela, contando o que havia de misterioso naquele tubo.
Era tinta para cabelo ruiva. Ela pintou de um jeito que não aparecesse um fio loiro se quer. No mesmo instante pegou uma tesoura e começo a picar seus cabelos.
_É isso que eu quero? –Perguntou Flávia para si mesma. _Sim. –Falou ela.
Começou a fazer um corte em camadas, em seguida, passou a gilete. Tinha noção que aquilo poderia fazer com que seu cabelo ficasse destruído. Mas era aquilo que queria.
_A partir de agora, perdi uma falsa amizade. Perdi a vergonha de expor as minhas opiniões. Antes tinha me magoado. Agora criei coragem. –Falou ela, com orgulho no olhar.